Como o bem-estar no trabalho pode tornar as organizações mais produtivas e menos promotoras do adoecimento
Dores no estômago, resfriados frequentes e até mesmo depressão são sintomas comuns de se encontrar nas empresas. Esses índices fizeram com que a saúde do trabalhador e o bem-estar físico e mental se tornassem prioridade no ambiente de trabalho.
Dado aos inúmeros casos as empresas começaram a implementar programas de bem-estar no trabalho, afinal, o adoecimento de colaboradores não é bom para nenhum dos lados.
No artigo de hoje, iremos falar sobre o que é saúde do trabalhador e a sua importância. Também vamos mostrar a influência do ambiente de trabalho no bem-estar, além de abordarmos práticas e intervenções que possam contribuir para minimizar o absentismo.
O que é saúde do trabalhador?
A saúde do trabalhador é uma área dentro do campo da saúde coletiva. Apresenta-se como um conjunto de práticas para promover a proteção, recuperação e reabilitação da saúde. Para isso, é feita a vigilância sanitária e epidemiológica das condições do ambiente de trabalho.
Apesar de focarmos este artigo na saude mental dos profissionais, esse termo também abrange a saúde física, que pode ser prejudicada por conta de locais insalubres, equipamentos inadequados e a falta de estrutura para a execução de suas atividades.
Como o ambiente profissional pode interferir na saúde do trabalhador
Os números apresentados deixam claro que o tema precisa ser urgentemente debatido, já que apenas dessa forma será possível encontrar soluções para a relação entre trabalho, bem estar e saúde física e mental.
Aspectos como exigência excessiva, falta de reconhecimento, salários baixos, pressão por resultados e prazos impossíveis são alguns dos motivadores para que situações de estresse extremo sejam desencadeadas. Além dessas questões, o profissional ainda precisa lidar com a própria cobrança e as expectativas de amigos e familiares. Tais pensamentos acabam se tornando uma armadilha fácil para as comparações e outras frustrações.
Esgotamento mental ou Síndrome de Burnout: o que é?
Esse estado de angústia, desmotivação e sentimento de culpa nem sempre culmina em depressão ou ansiedade.
O esgotamento mental já é um transtorno reconhecido por psicólogos. Também chamado de Síndrome de Burnout, é um distúrbio psíquico que causa o esgotamento físico, mental e emocional em decorrência do ambiente de trabalho.
Os sintomas variam entre o físico e psicológico. Alguns exemplos são:
- cansaço excessivo;
- irritabilidade frequente;
- insônia;
- sentimento de fracasso e incompetência constantes;
- dor de cabeça;
- dor no estômago;
- tonturas.
Não há restrição entre as profissões acometidas, no entanto, existem algumas em que a incidência é maior. São elas professores, bombeiros, assistentes sociais, trabalhos confinados, profissionais da saúde, em especial, enfermeiros.
O tratamento é feito com profissionais, como psicólogos ou psiquiatras (caso seja necessário o uso de medicação). Em algumas situações, é necessário se afastar do trabalho por um tempo.
O bullying profissional é um agravante na saúde do trabalhador
Outro fator de adoecimento no trabalho e pouco citado em pesquisas é o bullying. Apesar de frequentemente associando ao ambiente escolar, não é raro encontrar casos em empresas.
O bullying corporativo se apresenta de forma semelhante à escola, com apelidos pejorativos, ressaltando características negativas ou situações de constrangimento constante. Pode ser feito pelos próprios colegas de trabalho ou, até mesmo, por seus líderes.
Nesse contexto, muitos profissionais preferem esconder um diagnóstico de adoecimento mental, sente-se até culpados ou não dignos de um afastamento do trabalho.
Essa situação, se feita constantemente, pode levar até mesmo à depressão, ataques de pânico, baixa autoestima e, em casos mais extremos, suicídio.
Cada profissional reage de forma diferente às pressões do trabalho
Neste quesito, é preciso salientar que cada profissional irá reagir de formas diferentes a determinadas situações. Por isso, é importante que os gestores estejam atentos aos profissionais como indivíduos e não a equipe como um todo. Nem sempre o ambiente é tóxico para o time por completo.
E, se estamos falando da atividade de gestão, esse aspecto, em especial, precisa ser tratado com cautela. Muitas vezes, casos de abusos psicológicos são feitos sem que algoz e vítima percebam, dificultando o diagnóstico dos sintomas.
Nesse sentido, é importante pensar que o estilo de liderança pode influenciar a saúde do trabalhador de forma direta. Ter uma gestão positiva, por exemplo, torna o líder inspirador, desenvolvendo sua equipe. Dessa forma, ele afeta o ambiente e o bem-estar do trabalhador, mas de forma positiva.
Ainda mais ao pensar que situações de estresse e cansaço em demasia não normalizados no ambiente de trabalho.
Portanto, tanto o colaborador quanto o líder precisam ter entendimento concreto sobre o tema, daí também vem a importância de estabelecer espaços de conversa e desenvolver programas que tragam à tona a saúde do trabalhador.
Por que é importante investir na saúde mental de profissionais?
De acordo com pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma-BR), uma organização sem fins lucrativos, os transtornos mentais e emocionais são a segunda causa de afastamento de serviços.
Essa situação acontece porque, com frequência, os pacientes só percebem o estado de adoecimento em seu auge. Nesse ponto, se torna necessário o afastamento e o tratamento especializado com psicólogos ou psiquiatras.
A demora no tratamento, muitas vezes, está ligada ao fato de que transtornos de ordem mental como depressão, ansiedade e fobias sempre foram colocadas para escanteio por não serem uma dor física, vista muitas vezes como “frescura”.
A falta de um colaborador gera custos e diminui o ritmo de trabalho
É frequente que pessoas acometidas por tais doenças se mantenham até 100 dias longe das suas funções. Não é preciso dizer o quanto isso influencia na dinâmica de uma empresa, certo?
Além do gasto financeiro, existe o impacto nos colegas de trabalho. Eles precisam se doar mais às atividades para cobrir a falta da pessoa adoecida.
A Society for Human Resource Management (SHRM) diz que os supervisores podem gastar até 4 horas semanais suprindo faltas, já que isso inclui alteração no fluxo de tarefas e realocações. Nos casos de afastamento por muitos dias, também é necessário o treinamento para quem for substituí-lo.
A saúde do trabalhador debilitada causa danos a produtividade
Ademais, a saúde mental de profissionais está diretamente ligada à sua produtividade e rendimento no trabalho.
Consequentemente, as pessoas adoecidas, antes mesmo de se afastarem do serviço, não estão mais produzindo como antes.
Isso é chamado de presenteísmo. Ele acontece quando o colaborador vai trabalhar mesmo se sentindo doente.
A pesquisa realizada pela Isma-Br também traz o dado de que 92% das pessoas que se sentem incapacitadas para o trabalho e que até mesmo têm permissão médica para o afastamento, não o fazem por medo de serem demitidas ou não conseguirem voltar.
Em primeiro instante, sob o ponto de vista da empresa pode ser mais lucrativo mantê-los ali, no entanto, não estão sendo produtivos.
Para saber um pouco mais fale conosco.